Broadcast - Tender Buttons . 2005

O duo de Birmingham, formado pela vocalista Trish Keenan e pelo baixista James Cargill, lançaram no últimos meses do ano passado este "Tender Buttons", continuando numa linha pop experimental com influências psicadélicas dos anos 60 e 70, assim com a electrónica moderna. Com um cariz minimalista e intimista, vale pelo menos ouvir as canções "Black Cat" e "America's Boy".

Rate: 7.0/10.

Coldcut - Sound Mirrors . 2006

Quarto álbum para o talentoso duo Jon More e Matt Black, oito anos após o último álbum de estúdio e após vinte anos de carreira, numa mistura de influências desde o hip-hop, dance, dub, house, por muitos já considerado o seu melhor álbum. No entanto, encontro-me perdido na sua audição: é bastante eclético, a produção é muito cuidada e interessante, com cuidados extremos e cheia de novas ideias. Continuam a mostrar porque são uma referência do British Underground dance scene, convidaram um conjunto de artistas e colaboradores, um para cada faixa, fazendo com que cada música seja diferente da anterior e daí o seu ecletismo e a sua riqueza. Com sons actuais que ao mesmo tempo parecem ser intemporais. Desde Roots Manuva em "True Skool", Annette Peacock em "Just for the kick", o memorável Robert Owens em "Walk a while in my shoes", Saul Williams em "Mr. Nichols", Jon Spencer em "Everything is under control", John Matthias em "Man in a garage", tema que bem podia estar num álbum de Aallyiah (como já li).
Despois além do álbum, percam um pouco de tempo pelo fabuloso site oficial.

Rate: 8.5/10.

José González - Venner . 2005

Um pouco atrasado, este álbum foi editado em Abril do ano passado, tendo passado completamente despercebido até agora.
Uma ascenção óbvia seria pensar que seria um cantor latino de música latina, mas não! Apesar da sua descendência argentina, José González é sueco, tem 26 anos, vive em Gotemburgo e não toca música latina. Apenas com a sua guitarra e o seu calor e intimidade pinta retratos íntimos que soam a clássicos. As suas influências vão da bossa nova a Joy Division, da paixão latina à introspecção gótica ou mesmo Nick Drake, com grandes influências do folk dos anos 60 e 70.
O seu talento é enorme, de uma delicadesa e sensibilidade, uma voz melodiosa, balançada. Este seu álbum de estreia, Veneer, é uma colecção de indie pop canções de acalmar a alma e afoguentar o coração. Ainda recemente li que era um seguidor da escola "quiet is the new loud" fundada por Elliott Smith e os Kings of Convenience.

Rate: 7.5/10.

God Is An Astronaut - All is Violent, All is Bright . 2005

God Is An Astronaut são uma banda irlandesa de Dublin de chill-out lo-fi, não sendo dançável o suficiente para ser considerado dance music mas usando muitas vezes de uma boa dose de electrónica. Todos os seus temas deste álbum são instrumentais, mas em todos eles parece surgir uma voz, uma voz entre a melodia, uma voz vinda da alma. Numa atmosfera minimalista, na mesma linha de Mogwai, Secret Machines, Sigur Rós, com linhas melódicas em guitarra e bateria, cada canção tem uma referência própria e vive auto-suficiente.
Ainda recementemente estiveram em Portugal, desconhecia o seu trabalho até agora, foi pena. Em breve vão lançar novo EP.

Rate: 8.0/10.

Cat Power - The Greatest . 2006

Ainda o ano começou a alguns bons álbuns vão sendo editados...
Chan Marshall parou no tempo. Como Cat Power quer tocando ao piano, quer com a sua guitarra, ela devora a nossa atenção, com canções que parecem crescer de lado nenhum, que nos envolvem e depois desaparecem sem sabermos para onde. Mas elas estão no álbum e podemos voltar a ouvi-las vezes sem conta.
Na mesma linha de Antony, Sufjan Stevens ou Feist, este seu álbum, já o sétimo da sua carreira, de nome The Greatest e não confundir com The Greatest Hits, é mesmo o melhor álbum da sua carreira até à data, voltando aos ritmos de Memphis, cheio de soul. Notamos alguns influências de Van Morrisson e mesmo Tori Amos quando está ao piano. Um álbum a escutar com calma e ao longo do ano todo...

Rate: 8.5/10.

Anja Garbarek - Briefly Shaking . 2006

Considerado o quarto álbum da carreira da norueguesa Anja Barbarek depois do álbum Smiling & Waving de 2001. Desta vez, regressa com um álbum muito mais consistente, menos negro. Com influências notórias de PJ Harvey a Beth Gibbons. O primeiro tema, leva-nos aos filmes dos anos 60, influências do pai? O segundo tema bem podia ser Polly-Jane. Com letras profundas escritas pela própria que também colaborou em quase todas as músicas. Ouçam pelo menos o excelente "Last Trick".
Pelos visto o álbum de 2006 começa bem.

Rate: 9.0/10.

Belle & Sebastian - The Life Pursuit . 2006

Ao sétimo álbum, os Belle & Sebastian partiram em busca do seu «significado espiritual». O resultado é o disco "Life Pursuit", que a banda de culto escocesa edita em Fevereiro de 2006. O disco foi produzido por Tony Hoffer, conhecido pelo seu trabalho com Beck, Supergrass e Air.
Confesso que as primeiras canções do álbum me aborreceram, mas depois com "Sukie in the graveyard" o álbum parece tomar nova alma, anima, floresce e perseguição parece encontrar um bom porto. Quer a seguir com "We are the sleepyheads" e com "Song for sunshine", o primeiro single "Funny little frog" e as seguintes.

Rate: 6.0/10.

Bangguru - Bang The Guru! EP

Fundados em 2004 pelo mentor do projecto, João Pico (ex-Ghost in the Machine), foram criando e trabalhando num repertório que deu origem a um disco que se baseia essencialmente no rock e na electrónica. Podem definir-se como um projecto de música original e que se vai apresentar ao vivo com uma forte vertente gráfica e audiovisual. Com estes seus primeiros temas, este projecto junta vozes, guitarras, programações e samplers para a criação de alguns “imaginários reais”, como o de tentar conseguir redefinir o estilo electro - não só por adição de samplers, de ritmos frenéticos e suficiente loucura.
Será provavelmente um dos nomes mais falados nos próximos tempos em Portugal e, talvez estrangeiro, devido já a alguns incursões em colectâneas na Alemanha e outros países. Espero pelo álbum homónimo de estreia.

E começa 2006...

Um novo ano inicia-se... parece que a ideia de fazer o programa de rádio, volta a ter pés para andar, quando a novos álbuns, ainda estou a ouvir álbuns de 2005. Em breve novas recolhas... boas audições e espero muitas surpresas...