I am music

No meio de tanto ruído surge a música.

Friday, June 30, 2006

Nelly Furtado . Loose . 2006



A cantora luso-canadiana está regresso com o seu terceiro e mais maduro álbum “Loose”, depois de “Whoa Nelly” em 2001 e “Folklore” em 2003. Com este registo consegue produzir o seu melhor trabalho até à data, num ecletismo musical, em continuo experimentalismo com instrumentos, sons e géneros musicais, línguas e estilos vocais.
Nelly Furtado atingiu o topo da sua carreira musical até ao momento, top 5 em quase todas as tabelas mundiais, desde o seu nº1 na tabela de singles pela segunda semana consecutiva no Reino Unido com “Maneater” e o nº 2 na tabela da Billboard com “Promiscuous”, talvez mesmo mais importante, desde as suas quatro nomeações para os Grammys de 2002, dos quais saiu vencedora na categoria de Best Female Pop Vocal Performance.
A edição portuguesa foi adiada por mais algumas semanas devido à inclusão de uma versão do single “Maneater” com uma participação dos Da Weasel, pois Nelly continua a deixar vincado que não esquece as suas raízes e que pretende continua a cantar em português sempre que puder.
Para o álbum convidou alguns dos mais conceituados nomes da cena musical mundial como os produtores Tim Mosley, Nelle Hooper, Rick Nowels, entre outros, mas com a especial atenção do mago hip-hop Timbaland (produtor habitual de Missy Elliott), que produziu mais de metade do álbum.
O álbum abre com “Affraid” com a participação do rapper Attitude, talvez uma das melhores faixas do álbum, numa batida r&b/hip-hop moderno. Seguem-se os dois singles até ao momento, a batida pop “Meaneater”, single na Europa e o dueto com Timbaland “Promiscuous”, single na América do Norte, refrescante e com um hop excelente para dançar num club. Temas como “Glow”, “Do It”, “Wait For You” são evidentes a experiência de Timbaland, sem no entanto perder toda a influência que Nelly já havia imprimido em muitos dos seus temas dos álbuns anteriores. Mas Nelly também se rendeu a um dos sons do momento, o reggaeton com o tema “No hay igual” produzido por Timbaland e cantado em espanhol. Em espanhol, Nelly voltou a colaborar com Juanes num novo dueto depois de “Fotografia”, agora com “Te busque”, que perfeitamente faz lembrar “Shape of my heart” de Sting. Não se pense que o álbum é inteiramente r&b/hip-hop, pois Nelly vai sempre alternando com canções mais pop, mostrando uma maturidade muito grande, quer em termos líricos quer em termos de som, sendo um som muito jovem que ela dedica à sua filha de 2 anos, Nevis. A maior curiosidade que fica do álbum era a colaboração com o vocalista dos Coldplay na faixa “All good things (come to an end)”, numa canção escrita a meias, mas que a editora de Chris Martin vetou a sua vocalização por achar muita agressiva, numa faixa que é das canções mais melodiosas e que nos faz mesmo questionar porque é que todas as coisas boas têm mesmo de chegar a um fim. Espero que este álbum do reconhecimento de Nelly Furtado seja apenas um passo na maravilhosa carreira e um reflexo do seu extraordinário talento. Força Nelly!

19 Junho 2006
Rate: 9.0/10
Original review em I Am Music

Thursday, June 29, 2006

Four Day Hombre . Experiments In Living . 2006



Grupo inglês de Leeds, formando em 1998, mas que só agora lança o seu álbum de estreia. Para algumas bandas o primeiro álbum é fácil e brilhante. Neste caso, este brilhante álbum é feito de uma complicada concepção, até ao ponto de o grupo ter de criar a própria editora para ver o álbum editado, tudo com grande dedicação e acreditar.
O ano de 2003 foi-lhes de grande sucesso, lançaram a primeira versão de "The first word is the hardest", que esgotou, teve bastante rotação na rádio, TV e muitos concertos, nada mau para uma banda que faz tudo: escreve as letras, compõe as músicas, grava, remistura e produz, faz a arte visual, vídeos, constrói a sala de ensaios, o livro de concertos, o design das t'shirts e o website.
O grande single de sucesso, volta a ser regravado e abre este álbum, mesmo ao estilo de Neil Young ou então Elbow ou Damien Rice. Todo o álbum é um excelente conjunto de canções, como "Don't go gently", próximo single a ser editado, "1000 Bilbs", "Inertia" e a faixa a terminar "Three years", num seguimento em que cada faixa está interligada com a seguinte, de tal forma que nos faz ouvir e voltar a ouvir.

Data: 17 Maio 2006
Rate: 8.0/10
Original review em I Am Music

Saturday, June 24, 2006

Imogen Heap . Speak For Yourself . 2005



Imogen é uma rapariga de Essex, Inglaterra, que certo dia cheia de sons na sua cabeça, fechou-se no seu apartamento em Londres, transformou-o num pequeno estúdio rudimentar, gravou e produziu sozinha este seu primeiro álbum num curto espaço de tempo, num ambiente electrónico em que toca todos os instrumentos.
O seu breakthrough não foi quando tocou em palco entre os The Who e Eric Clapton, mas quando dois dos seus temas foram incluídos na banda sonora da série televisiva americana "The O.C.".
O som revela um álbum dançável, onde a grande falha são as letras ainda muito teenager e imaturas. Mas acima de tudo é um álbum pop, dance, com influências de trip-hop, downbeat com semelhanças em algumas canções a Portishead, Jem, Elastica ou Rósìn Murphy. Mas é uma artista com um longo caminho de amadurecimento, mas é um álbum agradável de ouvir, alegre e com agressividade.

10 de Maio de 2006
Rate: 7.5/10
Original review em I Am Music

Monday, June 19, 2006

Jewel . Goodbye Alice In Wonderland . 2006



Desde 1995 que sou um fã confesso e incondicional de Jewel.
Este é o sexto álbum de estúdio e originais, com um álbum de Natal e um álbum spoken word para crianças pelo meio, desde essa data. É também o seu álbum mais auto-biográfico e voltando às raízes pop-rock do início da sua carreira, depois do seu último álbum "0304" de 2003, mais dançável e electrónico (que a crítica dizimou e que eu até apreciei, apesar da sua completa distância aos restantes álbuns e ao som que a caracteriza).
"Again and again", o primeiro single, é um recordar dos seus tempos no Alasca, de onde é natural, e quando viajou até à California, do tempo que viveu nas traseiras de uma carrinha, enquanto compunha e tocava nas ruas.

Data: 14 Maio 2006
Rate: 7.5/10
Original review em I Am Music

Yeah Yeah Yeahs . Show Your Bones . 2006



Com o segundo álbum este grupo americano adquire finalmente o reconhecimento e a maturidade discográfica, depois do aclamado "Fever to tell" de 2003.
A atitute de Karen O. continua lá, as letras melhoraram e tornaram-se mais consistentes. Numa base indierock, eletrorock, os Yeah Yeah Yeahs conseguem fazer vibrar uma enorme corrente de energia e electricidade de dentro para fora, sem usar os clichés e a base repetitiva que as últimas bandas nesta área têm usado, revelando assim grande originalidade e criatividade. É um álbum que se vai descobrindo às diferentes audições.

03 Abril 2006
Rate: 7.0/10
Original review em I Am Music

Embrace . This New Day . 2006



Um álbum e uma carreira que fazia prever mais e muito melhor.
Depois do fabuloso "all you good good people" de 1997, de algumas faixas de alguns álbuns como Ashes ou Gravity, o estrondoso sucesso "Out Of Nothing" de 2004 ou com alguns excelentes lados B's, este álbum não supreende, não revela um crescente caminho para a maturidade.
Os irmãos Richard e Danny McNamara e restante grupo procuraram um som forte e épico, experimentando mudar um pouco o registo dos álbuns anteriores, parecendo-se mais com U2, Keane, Coldplay ou James Blunt.
Uma ressalva, o excelente primeiro single, "Nature's Law", com grande parecença com o tema "Alone" das Heart nos anos 80, que podia muito bem ser um hino pop.

Date: 14 Maio 2006
Rate: 6.0/10
Original review em I Am Music