I am music

No meio de tanto ruído surge a música.

Monday, February 27, 2006

White Rose Movement - Kick . 2006



O quinteto londrino, composto por Finn Vine (voz e guitarra), Jasper Milton (guitarra), Owen Dyke (baixo), Taxxi (teclados) e Ed Harper (bateria), é uma excelente colecção de estilos musicais dos anos 70, 80 e 90. numa coesão entre a electrónica e as guitarras, numa mistura de rock'n'roll à moda antiga, em que os The Cure se encontram com Jean Michell Jarre, ou então, num darkglamour dos Depeche Mode e as batidas dos The Rapture.
Esta espera desde os singles "Love is a number" e "Alsatian" que quase parecia impaciente pelo chegado álbum, e felizmente não me deixou desencantar. Logo a abrir de rompante eles dão o pontapé com "Kick" numa batida forte e dançável, que quando se junta as guitarras e a voz, por entre os gritos abafados, os sons intermináveis e melódicos, apenas nos fazem arrastar para uma pista de dança. De seguida, entra o actual single "Girl in the back", mais rock, que após se junta "Love is a number" e "Alsatian", sucedendo-se várias faixas todas encadeadas, como o poderoso "Pig Heil Jam", até chegar a "Cruella" uma maravilhosa pérola, que no fim esconde uma hidden track.

Rate: 9.0/10
review em: I Am Music.

Fiona Apple - Extrordinary Machine . 2006



"I didn't prepare a speech and I'm sorry, but I'm glad that I didn't, because I'm not going to do this like everybody else does it. You see, Maya Angelou said that we, we as human beings at our best can only create opportunities, and I'm going to use this opportunity the way I wanna use it. So what I wanna say is, everybody out there that's watching, everybody that's watching this world, this world is bullshit and you shouldn't model your life - wait a second! - you shouldn't model your life about what you think that we think is cool and what we're wearing and what we're saying and everything. Go with yourself... And it's just stupid that I'm in this world, but you're all very cool to me..."

Existem álbuns com períodos de gestação complicada, mas como este há muito tempo não havia memória. Depois de três ano, dois produtores e uma inteira regravação trouxeram o álbum às lojas. Depois de uma petição on-line organizada pelos fãs, um protesto às portas da Sony-BMG em Nova Yorque, entre outras iniciativas, finalmente o álbum é lançado. Grande parte dos entraves vieram por parte da editora ao constantemente afirmar que o álbum quando produzido por Jon Brion (Rufus Wainwright), não era suficientemente comercial e sendo assim rejeitado. O novo produtor depois foi Mike Elizondo (já trabalhou com Eminem e 50 Cent), que regravou quase todas as faixas, deixando apenas as faixas a abrir e a fechar o álbum.
Lembremos que a criatividade e irreverência de Fiona é constante, por exemplo, o título do segundo álbum já de 1999, sendo considerado o título mais longo da história: "When the Pawn Hits the Conflicts He Thinks Like a King What He Knows Throws the Blows When He Goes to the Fight and He'll Win the Whole Thing 'Fore He Enters the Ring There's Nobody to Batter When Your Mind Is Your Might So When You Go Solo, You Hold Your Own Hand and Remember That Depth Is the Greatest of Heights and If You Know Where to Stand, Then You Know Where to Land and If You Fall It Won't Matter, Cuz You'll Know That You're Right". Neste álbum, continua a ser imensa a sua criatividade, mas permanecem os espíritos que a inquietam desde a adolescência e que dificilmente alguma vez vão deixar a sua mente. Com influências do hip-hop e pre-rock'n'roll pop tal como é habitual em Joni Mitchell ou Tori Amos, são canções como "O'Sailor", "Get Him Back" ou "Window".

Rate: 8.0/10
Review em: I Am Music.

Duncan Sheik - White Limousine . 2006



Ao quinto álbum volto-me a encontrar com Duncan Sheik, não que nos tivéssemos esquecido um do outro, mas apenas nos tínhamos distanciado após o seu segundo álbum (Duncan Sheik em 1996 e Humming em 1998). Mas as pazes estão feitas. Ainda não chega ao encanto do primeiro álbum, que nos anos noventa, chegou com o tema "Barely breathing" a ser um dos temas mais passados nas rádios norte-americanas. Pelo meio até à data converteu-se ao budismo, o terceiro álbum foi uma banda-sonora teatral, o quarto um álbum rock. Com este álbum volta às origens, com a sua voz peculiar e angelical, com letras em forma de poemas líricos. Este é um álbum conceptual, tão bem intencionado que é impossível odiá-lo completamente, mas de tão bem arrumadinho falta-lhe um toque que o faça brilhar.

Rate: 7.0/10
Review em: I Am Music.

Saturday, February 18, 2006

Panic! At The Disco . A Fever That You Can't Sweat Out . 2006



Este grupo de quatro rapazes não tem sido bem tratado pela imprensa. Mas a razão está do lado deles, pois este álbum de estreia está fabuloso. E bem-vindos ao ano do ponto de exclamação, depois de Clap Your Hands Say Yeah!, !Forward, Russia!, surgem os Panic! At The Disco. Formados por Ryan Ross, guitarra, Spencer Smith, bateria, Brent Wilson, baixo e Brendon Urie, voz, são um grupo de adolescentes de Las Vegas, que se conheceram na escola e vêm agora o seu primeiro registo nos escaparates de todas as lojas de música.
Na linha dos The Killers ou Fall Out Boys, eles confessam ser as suas grandes influências Counting Crows e Fleetwood Mac, mas facilmente vemos também referências a Third Eye Blind ou Queen, com uma sonoridade no dance-pop ou electro-pump com dance grooves, utilizando quer os computadores quer procurando um som mais orgânico, com o uso do acordeão, cello ou o piano.
A ouvir, e provavelmente um dos álbuns deste ano...

Rate: 9.5/10
Original em "I Am Music".

The Kooks . Inside In, Inside Out . 2006



Os Kooks, nome encontrado através de uma faixa de Hawky Dory, são de Brighton e são formados por Luke Pritchard, voz e guitarra, Hugh Harris, guitarra, Max Rafferty, baixo e Paul Garred, bateria. Um grupo ainda de adolescentes que essencialmente vivem verdadeiramente o espírito do rock'n'roll, onde procuram acima de tudo ter prazer na música que fazem e tocam. O seu primeiro single, "Eddie's Gun" foi considerado impressivamente adulto para um single de estreia. O álbum, produzido por Tony Hoffer (Beck, Air, Supergrass) é uma colecção de canções pop, com profundas influências nos anos 80, com a tradição ska britânica e o indie rock actual, as letras transformam cada faixa numa "easy sing along chorus agaist jangly guitar".
A primeira faixa é suave, acústica e pretende levar-nos a ver o mar, a passear pela costa. Enquanto na segunda, já são mais aupiciosos e levam-nos a ver o mundo. Depois de "Eddie's gun", "Sofa song", o melhor do álbum antinge-se com o single actual "You don't love me".

Rate: 8.0/10
Original em "I Am Music".

Isobel Campbell & Mark Lanegan . Ballad Of Broken Seas . 2006



Isobel Campbell, é escocesa, pertenceu antes aos Belle & Sebastian, passou o ano de 2005 quase a todo a escrever e produzir este álbum, ao qual após ter conhecido Mark Lanegan, em Glasgow numa digressão, o convidou para esta parceria. Lanegan é norte-americano, um ex-membro dos Screaming Trees e Queens of the Stone Age e juntos fazem uma parceria pouco provável quando alguém fala-se disse há algum tempo atrás. Mas o facto é que o casamento musical é perfeito, num tom alegre e psicadélico, folk ou country, construíram algo semelhante ao céu, ele com uma voz rouca e ela com uma voz angelical, como Campbell chegou a dizer numa entrevista as duas faces de uma moeda.
O primeiro single "Ramblin' Man" é uma cover de Hank Williams e Isobel chegou também a afirmar que poderia ser muito bem uma faixa de uma banda-sonoro de um filme do Quentin Tarantino, mas é a perfeita visão do mundo dos filmes e o espelho da perfeição das duas vozes.
Pelo caminho ouviram desde Johnny Cash a Nancy Sinatra, mas do álbum é difícil seleccionar ou nomear canções, é de uma homogeneidade qualitativa e de uma heterogeneidade se sonoridades e paisagens a que nos transportam.

Rate: 9.5/10
Original em "I Am Music".

Beth Orton - Confort of Stangers . 2006



O fascínio pela Beth Orton é notório, no entanto, perco-me neste álbum. Deixando um pouco a área folktronica que a caracterizou nos três álbuns anteriores durante os anos 90, com este álbum cerca-se de uma onda minimalista. Produzido por Jim O'Rourke, o que não acrescenta nada de novo, as letras surgem de uma forma complexa e que nos faz distrair, ouvindo as faixas sem darmos conta. Perdidas neste mar denso e complexo, surgem "Conceived" e "Rectify" que ao fazer a ponte com os álbuns anteriores, nos fazem recordar os bons tempos e esperar que nos próximos discos nos tragam uma Beth Orton inspirada.

Rate: 5.5/10
Original em "I Am Music".

Artic Monkeys - Whatever people say I'm, That's what I am not . 2006



A grande sensação do final de 2005, lança finalmente o seu primeiro álbum. Desde o seu primeiro single que não me deixei influenciar pelas suas batidas. Acho que o single "When the sun goes down" é uma lufada de ar fresco, mas que no entanto não consegue fazer um álbum, pois não deixa de ser mais uma "wanna be guitar indy band" vinda das terras de sua Majestade, mais propriamente de Sheffield. No entanto, não deixa de continuar a fazer furor, no UK só na primeira semana vendeu mais de 360 mil cópias, fazendo dele o álbum de estreia com maiores vendas na primeira semana. Foram um grande furor desde que começaram a lançar o seu primeiro tema na Internet, chegaram a número de singles no UK ainda nem contrato tinham.

Rate: 5.0/10
original em "I Am Music".

Sunday, February 05, 2006

I Am Music agora em site...

Decidi perder um pouco de tempo e agora o I Am Music está também em site, podem consultar em:

Site Oficial I Am Music

Abraços

Gemma Hayes - The Roads Don't Love You . 2005



A irlandesa Gemma Hayes havia lançado o seu primeiro álbum há três anos, Night on my side, que foi nomeado para os Mercury Awards e eram vincadas as influências nas texturas da guitarra dos Radiohead. No fim da sua primeira tournée, chegou a dizer que não conseguia voltar a escrever e a compor novas canções, felizmente isso não aconteceu e passados estes anos, novo álbum está editado.
No entanto, este álbum mostra uma cantora-compositora folk mais mainstream, procurando agradar ao público anterior e conquistar novo público. Produzido em parceria com Joey Waronker (que já colaborou com Beck, REM, Paul McCartney, Johnny Cash), mantendo um estilo na linha de Sheryl Crow, Beth Orton ou Joni Mitchell. Com este álbum já conquistou um prémio nos Meteor Music Awards para Best Irish Female Artist.
Um álbum agradável de ouvir, com sons calmos, onde se valoriza a sua voz e a guitarra, os primeiros temas valem pelo álbum, desde "Easy on the eye", "Two step", "Another for the darkness" ou "Happy Sad".

Rate: 7.5/10
original em "I Am Music".