I am music

No meio de tanto ruído surge a música.

Tuesday, September 27, 2005

Festival para Gente Sentada

Para quem me quiser apanhar vou estar sábado em Santa Maria da Feira, no Cine-Teatro António Lamoso, no Festival para Gente Sentada! Estou tão contente! Vou ver Patrick Wolf e Sondre Lerche. Mas estou mesmo entusiasmado por ir ouvir e ver Patrick Worlf! Depois claro que conto tudo... se alguém for também, que avise.
Até breve...

Podem consultar a programação.

Friday, September 16, 2005

Tracy Chapman - Where You Live



Há quase duas décadas que a música de Tracy Chapman me acompanha lado a lado. Desde que me lembro de ouvir música, sempre tive e tenho um grande fascínio sobre os seus álbuns, as suas composições, a sua voz e a sua consciência social e integridade como ser humano numa sociedade cada vez mais materialista e individualista.
Desde o seu primeiro álbum em 1988, com canções como "Fast car", "Talking about a revolution" ou mesmo "Baby can I hold you", revelou a alma da sua voz única num cenário, de verdadeiro encanto e talento artístico, cantando sobre o amor, a sociedade que nos rodeia, sobre o dia-a-dia de um empregado de supermercado ou de uma mãe solteira, sempre como uma eloquente contadora de histórias.
O seu percurso continuou até aos dias de hoje, com altos e baixos, com álbuns mais bem conseguidos artisticamente e comercial e outros menos, mas sem nunca se desviar o seu caminho, da sua forma de estar na vida, da forma de cantar e de escrever canções.
Neste "Where you live", sétimo álbum de originais, conseguiu voltar aos bons velhos tempos, quase chegando à verdadeira qualidade do seu álbum de estreia, agora com uma voz mais doce, mas contando e encantado-nos ainda com canções sobre o amor, sobre a américa e os problemas sociais. O álbum abre com um tema maravilhoso "Change", o primeiro single, "if you knew you would die today / if you saw the face of God and love / would you change?" continuando por temas melancólicos e sofridos, notamos uma docura na sua voz, na sua alma, um encanto que agora se sente já com maturidade, tal como em "3000 Miles". A meio do álbum surgem de seguida "Don't dwell", num encanto quase a capella, em que a sua voz ecoa dentro de nós mesmos, "Never yours", a melhor faixa do álbum em que ouvimos mesmo Tracy Chapman cantar "say I'm a saint of mercy / say I'm a whore / I've been many things / but never yours". Na faixa seguinte canta "America", num retrato da verdadeira e actual América desde a sua descoberta por Cristóvão Colombo. Só mais uma referência para a lindíssima faixa "Taken".
É desta forma que digo que Tracy Chapman e Ké são os meus dois artistas preferidos de todos os tempos. Pequenas razões para sorrir.

Rate: 9,5/10.

Thursday, September 15, 2005

Björk - Drawing Restraint 9



No meio de tantos nós e laços Björk vai esticando a corda. Deixou os campos da pop de vez, e penso que dificilmente voltará a eles. Naquele seu mundo que se vai tornando cada vez mais dela, compreendo que vá sendo cada vez mais difícil entrar.
Primeiro quero ver o resultado do álbum com o filme homónimo de Matthew Barney, nisso estou muito curioso. Cada faixa é diferente da seguinte ou da anterior, nenhuma encaixa aparentemente em nada. Em todo o seu experimentalismo, ainda muita coisa tem para nos dar. Algumas faixas sinto nem chegarem a ser canções, são um conjunto de sons, grava agora, agora para e corre com o gravador para o outro lado, ou então agora toca tuba e depois para e quero ouvir um trompete.
Se realmente era este o produto que Björk queria produzir não sei. Aparentemente ficou satisfeita por ele ver a luz do dia. Acho que algumas das faixas ficam objectos bastante curiosos e interessantes, como "Storm", "Gratitude" com Will Oldham, "Ambergris March" ao som de todos aqueles pequenos metais, "Bath" mais uma incursão pelo mundo vocal, depois adoro "Holographic entrypoint" (não como canção, mas como um elemento de cultura japonesa) e "Cetacea".

Rate: 7,5/10.

Wednesday, September 14, 2005

Kimmo Pohjonen - Kalmuk



Ando atarefadíssimo com formações, mas aqui vai aos poucos.
Não consegui arranjar a versão álbum, mas apenas a versão dvd, que numa combinação de imagens gravadas ao vivo em palco e imagens do mundo numa simbiose quase harmoniosa entre imagem e música.
Depois do fabuloso álbum "Kielo", pelo qual sou completamente apaixonado e do álbum "Kluster", o chamado "accordian terrorist" ou o "fearless magician of sound", o finlandês Kimmo Pohjonen é por quem o vê e por quem o ouve algo estonteanto como músico e performance, em concertos que misturam o bizarro electrónico, o acordeão como parte de um mesmo corpo e um brilhante design de luzes considerado um génio.
Para quem não conhece Kimmo, sugiro que comece por ouvir este álbum, pois é mais compreensível do que "Kielo" que é muito mais experimentalista e mais abstracto.
Infelizmente não tive oportunidade de ir vê-lo com o projecto KTU no festival de Músicas do Mundo de Sines, e que agora espero poder ("apenas") ouvir na Ant3na, o Plan3ta com a Raquel Bulha aos domingos depois das 21h, durante este mês em especial festival.

Rate: 8/10.

Tuesday, September 13, 2005

Jay-Jay Johanson - Rush



Algumas críticas dizem que é um voltar ao seu início. Eu não acho, eu vejo-o no seguimento perfeito do álbum anterior "Antenna". Realmente é o seu melhor álbum depeois do álbum de estreia "Whiskey", na sua linha pop electrónico, desta vez ao contrário do anterior foi mais linear, mais consistente, mais directo, mais simples, produzindo assim um muito melhor resultado. Apesar das críticas do álbum anterior, eu considero "Antenna" um álbum muito importante na sua carreira, foi o momento em que Jay-Jay quis dizer ao mundo que a sua melancolia tinha muito para dar, senti nele um facto de explosão, de necessidade de expor, de mostrar ao mundo as suas fragilidades e as suas fraquezas.
"Rush" é um álbum consistente desde o seu início. O tema que dá nome ao álbum abre o mesmo dando o mote, já não sinto na sua voz aquele sofrimento inicial, continua aquela tristeza, mas eu sinto-na numa maior forma de celebração e de gozo. Ouvem-se passos, as primeiras melodias são tristes "I don't want to rush you now, if you want time to think, I can wait another year, but I can't promise anything (...)". Mas isto era só o moto, realmente ele não queria apressar ninguém, mas o ritmo vai crescendo e tornando-se cada vez mais dancável, no tema seguinte "The last of the boys to know", era perfeitamente uma faixa que podia ser inserida no álbum anterior, com aquele groove. A faixa "Teachers" é electrónica de anos 80. Eu percebo pouco do assunto, mas faz-me lembrar aqueles grupos que eu ouvia na disco, ou mesmo mais recententes como Daft Punk. Da mesma forma a faixa seguinte "Mirror Man". Depois acalma um pouco, regressando ao trip-hop, deixando uma pessoa respirar, e aqui sim voltando a respirar-se os primeiros tempos de Jay-Jay. Em parte é influência da mudança de produtores, abandonando o produtor de Antenna, ter voltado a trabalhar com o duo sueco Magnus Frykberg e Erik Jansson que já havia colaborado nos três primeiros álbuns e sendo depois o álbum produzido em estúdios em Paris por Jean-Pierre Ensuque.
Nas faixas seguintes volta o glamour-rock, o pop andrógeno, a electrónica, como a faixa "Because of You", "Another nite another love", "Rock it", terminando ao som de uma batida influente, o som do sintetizador, "if you just stop and listen, you might hear the words, that i'm trying to tell you, i guess you never heard (...)".

Rate: 8,5/10.

Monday, September 12, 2005

Elbow - Leaders Of The Free World



Depois de "Asleep in the Back" (2001) e "Cast of Thousands" (2004), é editado o terceiro álbum da carreira dos Elbow.
O vocalista Guy Garvey ainda recentemente assumia à BBC duras críticas ao presidente norte-americano George W. Bush, algo patente na canção que dá nome ao álbum, no entanto na mesma canção crianças perturbadas "atiram pedras às janelas das casas" como salvação. Algo não está bem... assim como o resto do álbum, algo falha, e as frequentes comparação com Radiohead, Travis ou Coldplay não passam disso.
No álbum há algumas boas canções, mas para encher um álbum não chega. Muito deixa a desejar depois de os dois primeiros álbuns terem sido bons apesar de pouco consistentes igualmente.
Acho que me resta recordar algumas canções dos álbuns anteriores e vou ouvir este álbum mais algumas vezes, não vou desistir assim facilmente.

Rate: 5/10.

Tuesday, September 06, 2005

At my most beautiful - REM

(Buck/Mills/Stipe)

(chorus)
I've found a way to make you
I've found a way
A way to make you smile

I read bad poetry
Into your machine
I save your messages
Just to hear your voice
You always listen carefully
To awkward rhymes
You always say your name,
Like I wouldn't know it's you,
At your most beautiful

(repeat chorus)

At my most beautiful
I count your eyelashes, secretly
With every one, whisper I love you
I let you sleep
I know you're closed eye watching me,
Listening
I thought I saw a smile

Monday, September 05, 2005

Archer Prewitt - Wilderness



Mais vale tarde do que nunca. Que álbum!
A primeira vez ouvi e parecia distraído. Não sei em que pensava, nem sei se estava a ouvir decerteza. Apenas dei conta da voz, da musicalidade. Mas ha segunda audição, apenas espero que acabe para voltar a ouvir... não quero parar, quero mais...
O regresso aos anos 70 e à folk britânica de uma forma simples, mas perfeita. O baterista dos The Sea & Cake e ex-Coctails.
A ouvir, descobrir, voltar a ouvir, apreciar, respirar.

Rate: 9,5/10.

Friday, September 02, 2005

Donna Maria - Tudo é para sempre



Donna Maria são um trio da grande Lisboa, com Marisa Pinto na voz, Miguel A. Majer na bateria e programações e Ricardo nos teclados e samplers. Têm fortes influências da música electrónica e uma alma profundamente portuguesa bem patente no recurso a instrumentos tradicionais, como a guitarra portuguesa ou o acordeão. Neste contexto, os Donna Maria pretendem devolver a desejada frescura à Música Portuguesa através da sua visão electrónica e contemporânea.

"Tudo É Para Sempre" é um disco que respira Portugalidade. Conta com uma mão cheia de compositores e a especial participação de artistas Portugueses e Brasileiros. A saber: Duetos com Paulo de Carvalho, Vitorino (no brilhante "Lado A Lado", uma versão de um clássico popularizado por Tony de Matos), Pedro Luís e a Parede, Letícia Vasconcelos. O álbum conta ainda com a colaboração de Ciro Cruz (baixista de Gabriel O Pensador), Paulinho Moska (um dos mais conceituados compositores brasileiros) e Gil do Carmo (na declamação do poema que encerra o álbum).
Para além dos originais de Donna Maria, e do já mencionado tema de Tony de Matos, "Tudo É Para Sempre" incluí ainda versões de "Estou Além" (António Variações) e de "Foi Deus" (Amália).

Respira-se novo ar, apesar de este álbum ter saído em 2004, foi apenas em 2005 que realmente se começou a ouvir Donna Maria. Como é bom ouvir boa música portuguesa e cantada em português. Continuo sem perceber como é que a Antenna 3 consideou os Donna Maria um grupo que não seguia os seus targets de playlist... foi pena!
Um álbum maravilhoso... recomendado.

Rate: 8,5/10.

Thursday, September 01, 2005

David Gray - Life In Slow Motion



Ao seu sétimo álbum David Gray continua a encantar-nos.
Descobriu-o pouco antes do Natal de 2000, estava a estudar no País de Galês, estava a sair o seu maravilhoso e encantador álbum "White Lader", desde então fiquei apaixonado. Tenho pena de ainda não o ter conseguido ouvir ao vivo, mas das tantas vezes que vou a Londres em alguma eu eide acertar.
Este "Life in slow motion", tal como para ele parece andar, onde todos os momentos têm e devem ser aproveitados e saboreados ao máximo, cada sentimento, cada emoção deve ser levada ao extremo e explorada até ao infinito do seu tempo. Abre com "Alibi" como se precisassemos de desculpas para nos apaixonarmos pelo seu álbum desde os primeiros sons, pelas suas letras. "The one I love", "Lately", e seguintes... estou novamente apaixonado, desta vez duplamente, espera triplamente, pela memória dos tempos em Wales, pelo álbum e restantes anteriores e apaixonado com o coração...hhuummm... sabe tão bem... sorrir, ouvir boa música... ser feliz...

Rate: 9/10.

Viviane - Amores Imperfeitos



Viviano nos últimos tempos têm tentado abraçar vários projectos, experimentar diferentes sonoridades. O Projecto Camaleão Azul foi uma lufada de ar fresco que passou despercebido a quase toda a gente. Foi pena.
Assim desde as sonoridades pop dos Entre Aspas, as sonoridades mais electrónicas dos Linha da Frente e Camaleão Azul. Esta sua incursão a solo entra por tons mais melódicos muito ao som da música francesa dos anos 60, o acordeão é uma presença quase constante, nas mãos de Celina Piedade que normalmente acompanha Rodrigo Leão. A sua voz apresenta uma maturidade e as letras uma recriação de 11 Amores (Im)Perfeitos. Vale a pena escutar "A vida não chega" e "Amores (Im)perfeitos".

Rate: 5/10.